Há coisas que o tempo não pode apagar.
Marcas que nem mesmo milênios seriam capazes de nos fazer esquecer.
Algumas realmente deixam cicatrizes, outras são feridas que nunca hão de se fechar.
E estas que sempre estão abertas, são as que mais doem.
Aquelas que nos fazem sangrar por dentro.
E felizmente ou não, não são advindas do amor.
São provenientes de uma amizade fadada à decadência.
Como pode haver no mundo pessoas que não se importam com os sentimentos das outras?
Como há de existir tamanha falsidade e descaramento?
Será que não existem mais no mundo sentimentos puros e verdadeiros?
Será que eu sou tão idiota por ainda acreditar nas pessoas que me cercam?
Eu acredito nos sentimentos verdadeiros e principalmente na pureza que eles carregam.
E confesso que muitos pensam que sou cega a ponto de não enxergar o que se passa a minha volta.
Mas a muitos destes já disse e torno a repetir:
- Vocês podem enganar a todos, mas eu tenho olhos para ver!
Não suporto gente falsa e menos ainda os que pensam que podem passar por cima de mim sem que eu me dê conta disso.
Já perdi muitos que um dia julguei que fossem meus amigos verdadeiros e hoje não os quero mal de forma alguma, mas o que restou de minha parte para com eles foi o desprezo.
Eu odeio ter que chegar a esse ponto, mas se não tiver mais escolha não me importarei de usá-lo como arma de defesa.
Estou cansada de colecionar marcas, daquelas que são como feridas abertas, que sangram como rios que correm para o mar.
Estou cansada de pessoas venenosas que só sabem destilar o seu veneno pensando que meus anticorpos não estão preparados para repeli-lo de minha corrente sanguínea.
Eu não sou cega, já disse e volto a repetir!
Também devo dizer que não tenho sangue de barata e não sou nenhuma mosca morta.
E peço aos falsos que tomem cuidado comigo, porque quando me irrito não tenho controle sobre tudo o que mantenho guardado para não me indispor com eles.
Eu tenho muitas dessas marcas e decidi que mesmo que elas nunca se tornem cicatrizes que trarão apenas a lembrança de um momento ruim, eu vou cuidar para que elas ao menos deixem de sangrar.
Eu não sou de ferro e minha paciência tem limites.
Sou alguém que preza a transparência e que muito cativa os amigos que tem. Contudo não suporta que eles lhe deixem marcas que não sejam para lembrar os momentos felizes.
E no fundo, não tenho medo de com o meu desprezo deixar marcas que vão doer tanto como as que tenho no bloco gelo que substitui o meu coração.
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