terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Palavras de um Passado Meu

É do conhecimento de todos vocês que, assim como as estrelas, as árvores e as flores, eu também amo as PALAVRAS.
Gosto de escrever e me fascina registrar tudo que acontece em minha vida, seja quando estou feliz ou quando não estou bem.
Os registros tem uma função muito importante em minha personalidade. Mostram-me quem sou e a imagem que tenho de mim como pessoa.
Gosto de guardá-los para lê-los no futuro, seja ele próximo ou distante. Tudo que escrevo, depois de certo tempo, me inspira a continuar ou até mesmo revela-me o quanto mudei ou o que ainda há para mudar.
E foi olhando muitos destes meus "escritos" que percebi:
- Durante 4 anos me escondi sob uma máscara, algo que impedia que eu fosse a Juliana que todos conhecem, a Ju, aquela que sorri pelo simples fato de estar viva, aquela que é amante da natureza e é inspirada por ela em todos os seus feitos.
Mesmo odiando as mariposas, nesse ponto tenho que comparar-me a elas.
Mariposas nascem larvas e precisam ficar no casulo antes de se tornarem terríveis "Bruxas".
A máscara que eu usava era meu casulo.
Eu precisava crescer, amadurecer, e ao mesmo tempo, encontrar-me de novo no meio de todo o caos que vivia. Precisava encontrar a Juliana verdadeira, que se perdeu dois anos antes dessa fase de maturação.
Foi uma fase difícil, tinha poucos com quem contar e na verdade, por ser reservista demais, não queria envolvê-los diretamente nos meus problemas. Aquilo era algo que eu precisava vencer sozinha. Tinha que descobrir meus próprios meios de lidar com aquela situação que me afligia e fazia com que eu perdesse toda minha essência.
A primeira mudança, é claro, começou no visual. 
Deixei de lado o meu lindo cabelo comprido e adotei um estilo diferente (criado por mim mesma). Mudei também minha postura, eu não podia demonstrar minha fragilidade em relação ao objeto de toda minha tormenta. Falava abertamente sobre o assunto, sempre tendo em mente que "o que ficou para trás, agora faz parte do passado" e você Juliana é uma nova pessoa.
Como todos que querem se livrar de um amor mal resolvido, eu me dediquei ao trabalho e ao estudo, e me permiti ser feliz desse modo, vivendo para trabalhar e estudar. Não que eu não me apaixonei por alguém nesse tempo, até porque sou um ser apaixonado, então paixão é parte de mim. Contudo, eu me permiti curtir a minha solidão sozinha. Não queria me envolver pois não confiava nos homens e muito menos em mim mesma, eu não queria me iludir uma vez mais.
Mas como acabei de dizer, eu sou um ser de paixões, e elas me perseguem onde quer que eu vá.
E nesses 4 anos, eu me apaixonei demais.
É claro que minha dedicação maior sempre foi dele. Mas meu coração não deixava de sentir algo pelos outros.
Ele era minha obsessão, minha doença. Aquilo que eu nunca quis que houvesse uma cura.
Mas os outros eram como a natureza a minha volta, e eu os admirava com a mesma intensidade que dedicava à natureza.
Eles eram o que me movia, o que me dava vida em meio ao sofrimento.
Muitos deles nunca chegaram a saber que eu os amava (sim aquilo de certa forma era amor, verdadeiro e sincero, só não era o mais forte de todos) e creio que se soubessem não faria tanta diferença. Todavia os que souberam, escolhiam entre aceitar minha devoção ou não.
Alguns se tornaram amigos, outros se afastaram, outros ainda passaram um tempo ao meu lado, cuidando de mim e me mimando.
Assim eu ganhava forças, mas a noite era a vilã de todos os meus filmes de ação.
Eu me tornei uma pessoa forte, porém, como optei por viver a minha dor sozinha, era à noite que a máscara era deixada de lado e eu me permitia sofrer, chorar minhas mágoas, viver a sentença a qual eu mesma me condenei.
E as palavras sempre me acompanhavam nesses momentos de fraqueza. Me ajudavam a colocar para fora o sentimento guardado, que somente eu conhecia.
E foi olhando essas palavras que percebi:
- Finalmente deixei o casulo. A Juliana está de volta.
Consigo reconhecer a mim mesma quando olho no espelho. O sorriso que todos podem ver agora é o meu, a alegria de estar vivo é a minha, o jeito moleca de ser é o meu.
Demorou muito tempo, eu sei, mas eu estou de volta. Aquela que todos sempre amaram e que muitos nunca chegaram a conhecer.
E quem me conheceu depois de Abril de 2006 diz que eu estou mudando. A estes eu sempre digo:
- Não estou mudando, apenas volto a ser o que já fui um dia. A boa e velha Juliana. Aquela que é engraçada, faz piada de tudo e todos adoram.
Não que eu não os tenha alertado. Me recordo de sempre dizer as amigas da faculdade:
- Vocês deviam ter conhecido a Juliana, essa que está com vocês não sou eu. Mas fico feliz que gostem dela e a aceitem como ela é. Espero que possam conhecer a verdadeira Juliana algum dia.
E finalmente esse dia chegou. Tá, tem alguns meses já, que o dia chegou.
Como sou boa com as datas, posso dizer que a volta se deu em Junho de 2010.
Foi o mês no qual eu me permiti chorar por ele pela ultima vez. Mas não era um choro de dor ou sofrimento. Era a felicidade voltando a minha vida. Era a libertação, a cura para uma doença que a muito estava comigo.
E hoje, 11 de Janeiro de 2011, registro aqui mais uma página de minha história. Página que compartilho com vocês, pessoas queridas. Eu voltei. Eu sobrevivi à tempestade. Demorou, mas eu agora sou Juliana outra vez.
E me alegra saber que vocês, pessoas maravilhosas do meu dia (adoro chamá-los assim) gostam de mim como eu sou, e o melhor, é que vocês dizem que preferem esta "nova Juliana" a antiga.
Agora vocês sabem que, na verdade, preferem à antiga Juliana a "nova".
Peço perdão por ter me escondido de vocês por tanto tempo, peço perdão por parecer falsa e fechada muitas vezes, por parecer não confiar em vocês ou parecer estranha e complicada demais.
Eu estava amadurecendo. E agora voltei para ficar como sempre fui.
A boa e velha Juliana. Aquela que se pudesse mudaria o mundo. Teria a própria floresta e uma casa de campo gigante para receber todos os amigos de uma só vez, perto de uma lagoa e com um pasto (sem vacas), mas com um carvalho no meio para que pudesse sentar e escrever os mais belos versos, ou apenas desabafar, ou mais ainda, registrar aquilo que se passa em sua vida.
Alguém que se inspira nas estrelas e as ama com todo coração.
Alguém que é feliz apenas pelo fato de ter uma imaginação que a permite viajar.
Que tem seu próprio "Mundo Azul" onde tudo pode e está sempre a salvo.

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