Sair por aquela porta foi uma das coisas mais difíceis que eu fiz na minha vida.
Eu sempre te amei.
Você era minha melhor amiga.
Cumplicidade como a nossa nunca existiu com outras. A gente sempre se entendeu apenas de olhar uma pra outra e isso não é algo que se encontra em qualquer esquina.
Mas mesmo te amando, mesmo não querendo, eu tive que sair.
Eu tive que fechar a porta, pois eu precisava cuidar de mim, eu precisava juntar os cacos, curar as feridas.
Eu me dediquei demais a você e no fim das contas, você nunca me deu o meu devido valor.
Tantas vezes as pessoas me disseram:
"Eu não sei porquê você ainda se importa com ela, quando ela só faz te humilhar."
Na minha ingenuidade, eu pensava que aquele era o seu jeito de demonstrar amor por mim.
Mas foram tantas traições, tantas mentiras, que eu simplesmente não podia mais confiar.
E uma vez que a confiança se quebra, é irreparável.
Hoje eu te vejo de longe. E muitas vezes me pergunto se só eu estou enxergando o sofrimento em seus olhos, a solidão, o vazio.
Incontáveis vezes eu pensei em te procurar, te estender a mão, confessar que eu nunca quis te deixar.
Mas dar esse passo é me abrir a possibilidade de sofrer outra vez.
E se tem uma coisa que a maturidade me trouxe foi o entendimento de não me prolongar em um ambiente que me faz mal.
Desejo que você seja feliz e encontre alguém que te cuide como um dia eu cuidei.